A INVISIBILIDADE DE UM EX PRESIDENTE AMARGURADO. A MÍDIA MOSTRA, MAS O POVO NÃO VÊ.

“Prefiro ser uma gota de amor ao invés de um mar de amargura.”

Madre Teresa de Calcutá.

 

“Caro” ex presidente amargurado, inicio esta carta com a palavra “caro”, porque tenho memória, e me recordo, perfeitamente, de como foi o período em que você esteve à frente do governo de meu país, em que sua imagem fulgurava nos televisores, jornais e revistas, devido ao desmesurado suporte que a mídia venal lhe concedia. Tristes foram os momentos e, desta forma, não poderia me referir, à sua pessoa, como a alguém a quem reservo desvelo. Sinto muito.

Lembro-me, também, o quão prestativos lhe foram (esta mídia), ao disseminar a singela invencionice acerca da paternidade do Plano Real. Quando via sua figura patética na tela a sorrir, deslumbrado com a evidência angariada com sua assunção ao poder maior de nossa nação, não conseguia conter meus pensamentos, que me remetiam à imagem de suínos se refestelando numa pocilga.

Fico a me perguntar a que se deve a reverberação atual de suas reflexões, uma vez que, se não estou equivocado, seu DESgoverno foi o que propiciou a empresas estrangeiras, a aquisição de estatais nacionais, patrimônio construído com o trabalho árduo de milhões de patrícios, com moedas podres e, como se não bastasse, viabilizou, a estas mesmas empresas, empréstimos, advindos das economias do depauperado povo brasileiro.

Como não recordar da miséria e da fome que açambarcava o povo Nordestino? Povo este relegado á própria sorte, por seu líder maior, você, e tragado por um turbilhão de perturbações, originadas da incompetência e do desdém, acerca de suas aflições e anseios. Pessoas com sonhos destroçados, pela subserviência devotada pelos seus líderes a alienígenas sanguessugas. Feliz estava a Globo, ao usar esta população nas “reportagens” dramáticas que relatavam nossa dor e obtendo prêmios com as mesmas.

Uma miríade de escândalos, todos cuidadosamente acobertados pelo quarto poder, aliados incondicionais da desfaçatez com o trato da coisa pública, que seu governo aboletava. Atravessávamos, então, um indelével e implacável inverno no Brasil. As nuvens encobriam todo o Sol. A escuridão sufocava nossa alma.

A afronta aos direitos elementares do povo, observada no tratamento dispensado à coletividade, como os observados nas greves dos petroleiros e ao MST, maculava a esperança intrínseca a cada brasileiro. Soçobrávamos na curva do rio, atônitos.

Deverias estar encarcerado a sete chaves, porém, como não estás, regozijo-me ao imaginar-lhe defronte ao espelho, observando a imagem de um indivíduo transtornado com o reflexo diante de si, uma “nulidade exponencial”, um lacaio vil, traidor, não só de seu povo, mas de sua própria “biografia”. Um indivíduo que podia ter sido, mas não foi.

Causa-me repugnância, recordar de todos os seus “feitos”. Peço a Deus que não me permita fazê-lo, que me retire este poder, que me abençoe com o esquecimento, este mesmo sentimento que meu povo lhe dispensa, ao ter tido a felicidade de viver sob os governos do PT, a que vocês, hoje, se dedicam a enodoar com as maledicências arremessadas contra seus líderes, LULA e DILMA.

A amargura lhe transformou em uma sombra do que um dia pudera ter se transformado. Hoje, és apenas um insensato a sonhar com a quebra do Estado de Direito, com a aniquilação de nossa Democracia, ilusão pueril que lhe resta, em um retorno triunfal, que nunca chegará, para “salvar-nos” de nossas alegrias recém conquistadas.

A dúvida se apodera de mim, qual teria sido a marca maior do seu (DES)governo? Arriscando-me a contrariar legiões de conterrâneos, considero que foi a pusilanimidade com que representou o nosso Brasil lá fora. Recordo-me de um vídeo surreal, em que você, acreditando-se garboso, mostrou todo seu lado néscio, quando numa reunião, se não me engano na Itália, ruminou, diante de outros líderes mundiais, todos os seus mal feitos, executados de acordo com os ditames dos poderosos a quem você se subordinava. Que cena deplorável!

Nunca acreditei que pudesse me sentir tão enxovalhado com a estultice de alguém. Pergunto-me, como tal espectro pode, um dia, projetar uma imagem de “grande sabedoria” quando o seu cerne apresenta-se tão torpe? Incompreensível me parece.

Entendo, hoje, mais que nunca, porque você se tornou uma figura tão triste, uma sombra débil, mesmo que projetada em noite de lua cheia.

Por fim, recordo-me da XVII Cimeira Ibero-Americana, ocorrida em 2007, no Chile, quando uma daquelas pessoas a quem você admira, revelou a sua arrogância e prepotência, mandando o Presidente venezuelano, Hugo Chàvez, se calar. “Solamente otra persona digna de olvidar”.

Diversamente aos motivos do rei, e para preservá-lo, peço, cala-te….(??????).

Cala-te, cala-te, cala-te…

Quem é você mesmo???

Esqueci.

P.S.: Fiz esta carta a uma pessoa a quem não me recordo mais quem é, quem souber de quem se trata, por favor, me ajude. Grato.

Fábio Brito – Bahia.

9 comentários em “A INVISIBILIDADE DE UM EX PRESIDENTE AMARGURADO. A MÍDIA MOSTRA, MAS O POVO NÃO VÊ.”

    1. Calma, calminha. Não morde, não, não morde. Amigo. Isso, agora senta. Sua bandeira, em verdade companheiro, é outra, e ela tem listras vermelhas e brancas com estrelinhas dentro de um retângulo no canto superior esquerdo, a quem você pensa que engana ao portar nas ruas uma bandeira verde e amarela e pedindo GOLPE MILITAR? Você, e os demais que assim agem, nada mais fazem que seguir o treinamento de ódio que nossa mídia “isenta e imparcial” nos impõe a cada dia para forjar cães raivosos como você. Vocês são as pessoas úteis ao sistema, buchas de canhão.

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    1. Digna de um “imortal” da ABL não é mesmo? Uma pessoa formada na Sorbonne, escritor, professor e tudo mais. Esta era a intenção, mostrar que os “de baixo” sabem pensar e usar o vernáculo tão bem quanto “eles”, e transmitir a nossa indignação sem precisar nos “rebaixar ao nível deles”. Isto tudo, ainda, sem precisar trair o povo brasileiro. Grato pelo comentário, é uma força a mais para seguir em frente. Abraço.

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