O FUTURO INCERTO DO BRASIL. ENTRE O GOLPE JURÍDICO-MIDIÁTICO-PARLAMENTAR, ESPERADO, E A GUERRA CIVIL, POSSÍVEL.

“Quando me desespero, e me angustio, eu me lembro que durante toda a história o caminho da verdade e do amor sempre ganharam. Tem existido tiranos e assassinos e por um tempo eles parecem invencíveis, mas no final, eles sempre caem – pense nisso, SEMPRE.”
―Mahatma Gandhi

Vivemos dias difíceis. Vemos pessoas saírem às ruas para pedir a volta dos militares, da ditadura, pedindo o impeachment ou a simples deposição de uma presidenta, recém-eleita pelo voto popular. Como chegamos a isto? O que está acontecendo a nosso país?

Acredito que precisamos retornar um pouco no tempo para que possamos entender melhor ao que acontece agora, que, de certa forma, é um clima que perdura desde as chamadas jornadas de junho, em 2013.

Há algum tempo, na primeira eleição de Lula, em 2002, um fato me chamou bastante a atenção, já naquela época. Em sua posse, diante do povo, no parlatório em frente ao Palácio do Planalto, Lula pediu aos movimentos sociais, aos sindicatos e ao povo brasileiro, que mantivesse a calma, que tivesse paciência, que aguardasse, pois seu governo iria, em breve, mostrar a que veio, através de medidas que resgatariam os brasileiros das décadas de descaso e abandono, a que foram relegados por quase todos os governos anteriores.

Ali estava a semente do problema político que vemos hoje, e tive a oportunidade de dizer, a diversos petistas, que no momento em que um governante é eleito, tendo a confiança da maioria da população e, sabendo ela, que este governo não iria enviar as tropas para cima de si, deveriam sair às ruas, para dizer o que espera de seu país e de seus governantes.

Depois de décadas tendo seus anseios sendo represados por governos hostis a ela, não se poderia pedir ao povo, aos movimentos sociais e sindicatos, que esperasse mais, não se poderia pedir para se autorrepresar ainda mais.

Ao pedir isto, Lula se colocaria nas mãos dos “300 picaretas do congresso”, sobre o qual, anos atrás, havia falado que existia. Ao pedir isto, a força do poder econômico iria dificultar, ainda mais, uma mudança nas feições do país, de forma mais profunda, arraigada e de caráter permanente.

Lula, reconhecidamente um grande político, e hábil negociador, acreditava em seu potencial de poder reunir pessoas insensatas e acostumadas ao uso do poder, da chantagem e, inclusive das armas, e buscar o equilíbrio, que nunca demonstraram ter na condução do Brasil, e convencê-las de que o povo, agora, iria sentar-se à mesa com eles, e comer do bolo em condições de igualdade, não aceitando mais as migalhas que sobravam.

Lula acreditava ser capaz de fazer a elite do país, reconhecer e aceitar, pacificamente, através da negociação, que o comando do país, a partir da sua eleição, inexoravelmente, passava a incorporar um outro ator, o povo, ali representado na figura dele, um ex torneiro mecânico, vindo de classe pobre e possuindo recursos educacionais deficientes.

A rua é do povo, e é o canal de comunicação dele com seus governantes. Mas, e quando o povo não ocupa o espaço das ruas, o que acontece? Em muitas ocasiões quem a ocupa são os soldados e os tanques, que então passam a massacrar este mesmo povo, como aconteceu em 1964, depois que multidões ocuparam as ruas e a mídia os inflava, clamando pelo golpe, para barrar as mudanças que se pretendiam para o país. Alguma semelhança com o que ocorre hoje?

Assim, dessa forma, podemos entender os movimentos que ocorreram nas chamadas ”jornadas de junho” em 2013. A mídia, a oposição e membros importantes do Judiciário, já haviam iniciado conversações há bastante tempo atrás, logo nas primeiras horas das denúncias do chamado “mensalão do PT”.

Os EUA, por trás das conversações, e orientando os participantes do complô político, que visava à retirada da esquerda do comando do Brasil, tentavam acalmar os ânimos e segurar a sofreguidão dos golpistas nacionais. É de se observar, que os títeres verde-amarelos, com o apoio dos EUA, não temessem nada, e não se preocupassem com a forma, nem o método a ser empregado, mas os EUA sabiam que não teriam, no Brasil, uma segunda Honduras. Não queriam se arriscar. Ainda que, considerando a gigantesca despolitização da população brasileira, sabiam que os fatos de 1964 não se repetiriam, era preciso prudência, aguardar o momento certo.

Quando a mídia brasileira, GLOBO aí incluída, tentou desqualificar as manifestações iniciais em 2013, logo lhes chamaram a atenção de que era a ocasião de que todos ansiavam, era preciso dar apoio total aos jovens que se lançavam às ruas, dar a estas manifestações um ar de “FORA COLLOR”, de luta contra a corrupção, de defesa da democracia.

Alguns grupos financiados com dinheiro proveniente dos EUA e outras pessoas preparadas para inflar movimentos como esses, dariam a impressão, superdimensionada pela mídia corrupta e mafiosa brasileira, de que o povo estaria contra o Governo Federal, muito embora os fatos ocorressem nos Estados, e com pauta difusa (confusa) e mais relacionadas a problemas estaduais. Não se poderia perder a oportunidade de desgastar a imagem de DILMA e do Governo Federal.

Os EUA estão numa brutal ofensiva midiática e militar, não só na América Latina, isto está acontecendo em todo GLOBO, basta ver o que acontece hoje na Ucrânia e Síria.

Só para lembrar: Os EUA não dão ponto sem nó, a primeira coisa que fazem é disseminar mentiras e causar a cisão entre aqueles que lhes oferecem alguma oposição, é aquela velha história, DIVIDIR PARA GOVERNAR.

O impressionante (talvez nem tanto) é, que esta oposição irresponsável “ao” Brasil, está fazendo, exatamente, o jogo deles.

Quando um império cai, o barulho é ensurdecedor. Preparem seus ouvidos, porque o barulho não será nos EUA, não tão cedo, o incômodo sonoro, primeiro, se escutará em suas colônias e ex-colônias (Argentina, Venezuela e Brasil, por exemplo).

Não podemos nos esquecer, que o Brasil é peça chave no tabuleiro geopolítico mundial. Não só devido ao tamanho de sua economia e da influência que exerce nos países latinos, mas, também, por ter angariado uma respeitabilidade imensa, desde o primeiro mandato de Lula em 2002.

De lá para cá, nosso país se inseriu no mundo como um “player” de importância ímpar, e tem sido um dos responsáveis pela busca de um mundo multipolar, através de criação de mecanismos e órgãos que façam frente aos já existentes e controlados por Washington e seus aliados. O banco dos BRIC’s é um exemplo.

Desta forma, não se poderia mais desprezar o Brasil nem permitir que ele se desenvolva, sem os grilhões que sempre o prenderam à esfera de influência dos EUA. Não se poderia admitir uma nova CHINA no “quintal” dos Estados Unidos. Torna-se, então, absolutamente “imperial”, que a América continue a ser dos Americanos. É preciso retirar o Brasil do jogo, neutralizá-lo.

Chegamos, então, aos dias atuais, onde, por não ter buscado o enfrentamento, e não ter forçado a implementação das políticas necessárias ao nosso país, e ao seu povo, como a reforma agrária e a democratização da mídia, entre outras, o GOLPE é defendido à luz do dia, sem que ninguém seja incomodado quanto a isto. Delegados praticam tiro ao alvo com a “foto” da Presidenta da República e todos acham “normal”.

O povo, que lá atrás deixou as ruas vazias, a pedido de seu líder maior, observa seu lugar ser ocupado por uma elite branca irresponsável, inflada por uma oposição lesa-pátria, subserviente a interesses alienígenas. O caldo de cultura para o GOLPE, está quase em temperatura máxima, quase no ponto apropriado.

A operação LAVA JATO está próximo do seu ápice. O Estado de Direito, no chão. A justiça, dominada, silenciada, controlada. Senado e Câmara Federais, absolutamente sob controle. O momento se aproxima.

Daí que todos são pegos, com perplexidade, com atitudes como a da REDE GLOBO, que passa a fazer editoriais em defesa do Estado de Direito e contra o golpismo. E aqui, o Diário do Centro do Mundo, O Cafezinho e o Tijolaço, parecem ter saído na dianteira e mostraram análises mais sensatas a respeito, TUDO NÃO PASSA DE DIVERSIONISMO, conversa pra boi dormir.

É necessário que a mídia mostre neste momento, que o GOLPE já tem moto-próprio, que já ganhou força,  uma imagem de neutralidade, tudo em nome dos negócios, afinal, está fresco na memória de seus proprietários, as imagens de seus repórteres sendo escorraçados das manifestações de junho de 2013.

O GOLPE não foi descartado, é um equivoco pensar assim. A inflexão da mídia (não apenas a globo), neste sentido, mostra, somente, que eles acreditam que o escript já está traçado, e as falas de cada um, do Judiciário, do Parlamento e da OPOSIÇÃO AO BRASIL, estão devidamente decoradas e bem ensaiadas. Cada um já sabe o que fazer e na hora que deve fazer.

O ensaio já foi feito e saiu perfeito, promessa de sucesso. É por isto que a mídia agora, irá aparentar sensatez e diminuir os ataques escandalosos contra o PT e, aqui e ali, dará abertura a críticas aos OPOSITORES DO BRASIL, de forma tímida, mas dará, e, junto a isto, mais espaço ao PT. Só sendo muito trouxa para não entender o jogo preparado.

Tudo acertado, todos combinados, resta agora colocar a peça principal em cena: GOLPE JURÍDICO-MIDIÁTICO-PARLAMENTAR.

A mídia sai de boazinha, e o golpe, transcorre como um acontecimento normal em uma democracia. É preciso dar ares de veracidade ao mesmo. É preciso que o mais ferrenho defensor de DILMA, e de LULA, fique desacreditado para defendê-los, após o JULGAMENTO FINAL. Que, no mínimo, levará Lula para a prisão, e, quem sabe, a Dilma também.

Não nos é dado saber, neste momento, qual a aposta que se faz, no entanto, estas são as duas, possíveis, opções preparadas:
1. Destruir a única pessoa com imagem e capacidade de concorrer em 2018, com chances reais de vitória, no campo popular de esquerda, Lula, e, levando juntamente a ele, a própria presidenta Dilma, ou;
2. Prender apenas Lula, e amarrar o Governo Federal, com os já controlados, Senado, Câmara e Judiciário, infligindo derrotas mortais para as pretensões da esquerda em 2018. Dessa forma, sem força para uma reação da presidenta, esta teria que colocar em prática a agenda neoliberal derrotada de Aécio Neves, para, assim, quando ganharem a eleição em 2018, ao encontrar a terra arrasada deixada pelo PT, saírem como salvadores da pátria.

O enredo está posto. Para a opinião mundial será, apenas, a cassação de mais um político de uma republiqueta de bananas qualquer, que se lambuzou com o dinheiro de seu povo.

Como podemos nos inserir contra o que já está decidido pela elite criminosa do Brasil, aliada ao que tem de pior dos EUA??? Como seria possível barrar os próximos capítulos de uma novela preparada com carinho pela nata do poder mundial e os sabujos do poder nacionais, GLOBO à frente???

Esta resposta está, agora, nas mãos de uns poucos líderes da esquerda nacional, em que ainda observamos correr sangue nas veias, porque não nos parece plausível, que os membros da cúpula petista, que não passam de “CUCARACHAS”, venham, no adiantar da hora que se esgota, e, ao se aproximar do CADAFALSO ou da GUILHOTINA, OFERECER O PESCOÇO COMO PRÊMIO A SEUS ALGOZES.

Corremos o risco de sermos deixados sozinhos, e à deriva, pelos ratos que abandonam o barco.

Nossa esperança é que, como Mahatma Gandhy um dia, nos chamou a atenção: por mais poderosos e invencíveis, que os tiranos e assassinos pareçam ser, eles, um dia, caem, e o amor e a verdade, triunfarão.

Que Deus nos proteja!!! Oremos!!!

Fábio Brito, Bahia.

 

4 comentários em “O FUTURO INCERTO DO BRASIL. ENTRE O GOLPE JURÍDICO-MIDIÁTICO-PARLAMENTAR, ESPERADO, E A GUERRA CIVIL, POSSÍVEL.”

    1. Obrigado Johnny, pela crítica, elas são sempre bem vindas quando feitas de forma respeitosas. Olha Johnny, em respeito ao que você escreveu quanto ao texto, reli ele e confesso que não vi como você o viu e reitero tudo que está escrito. Seria interessante saber o que não teria “nada a ver” a que você se refere, caso possa se aprofundar mais ficaria grato. O que vi no texto é que num trecho ele parece um pouco confuso, principalmente quando omiti a reeleição do LULA mesmo diante do massacre midiático que ele sofreu devido a notícias do mensalão. Você estaria se referindo, talvez, à especulação que faço com relação à participação dos EUA na desestabilização do Brasil através de promoção de protestos e desordem? Creio que você precise estudar mais companheiro, não vai custar muito. Enfim, reafirmo tudo o que está escrito, mas esperarei ansioso os detalhes do que escreveste sobre o texto. Caso você tenha algo a contribuir serei humilde a acatar sua contribuição, revelar a mesma e agradecer-lhe. Grande abraço companheiro. Fica com Deus.

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      1. O mais engraçado são essas pessoas de pensamento curto e verdade incontestável, não sabem argumentar e debater algo que defendem. Parabéns por todos os textos!!!

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